A Cantiña nasceu em Cádiz. Constitui um grupo de cantes que tiveram origem no cenário geográfico gaditano para primeiramente acompanhar o baile, mas que posteriormente alcançaram a categoria de cante para escutar. Cantiña vem de cantiñear que significa improvisar, jogar e fantasiar com o cante. O “cantiñeo” é livre e segue a inspiração pessoal.
Pode-se dizer o surgimento do baile por Cantiñas delineou a necessidade do Flamenco ampliar seus movimentos abrindo uma quantidade de possibilidades expressivas que marcaram a trajetória do baile. Com este grupo surgiu a estilização espontânea de antigas formas de expressão corporal.
A incorporação de instrumentos (abanico, mantón, etc.) corresponde a uma etapa mais avançada na história do Flamenco e está associada a uma “invenção” cênica. A inclusão do instrumento no baile pode ser interpretada como prolongamento do corpo ou como objeto com o qual nos relacionamos em cena para nos expressar.
Abaixo das Cantiñas agrupam-se vários outros estilos que guardam entre si uma grande afinidade: as Alegrias, as Romeras, os Mirabrás e os Caracoles (objeto deste post).
Os Caracoles têm esse nome devido a um refrão no qual é mencionada a palavra Caracoles como exclamação.
Ay,
Como reluce
La gran calle de Alcalá
Cuando suben y bajan
Los andaluces
Vamonos, vamonos
Al café de La Union
Adonde paran Curro Cuchares,
El Tato y Juan Leon
Ay, eres bonita
El conocimiento
La pasion me quita
Te quiero yo
Ay, te quiero yo
mas que a la "mare"
Que me parió
Tu que vende castañas asáas
aguantando la nieve y el frío
con tu zapatos y tu medias calas
eres la reina para tu "mario"
"Regórdonas" que se acaban
Como mocita recien casada
Y tu las vende por um querer
Ay, Caracoles
Ay, Caracoles
Mocita que me ha dicho usté
Son tus ojos dos soles
Y vamos viviendo
Olé y olé
O cante consiste numa série de estrofes com versos de diferentes medidas. O compasso é exatamente igual aos das soleares, alegrias e bulerías.
É um baile flamenco mais próprio da mulher por apresentar um grande número de movimentos ondulatórios acompanhados por punteados leves que seguem a melodia cadenciosa do palo. É considerado cante superficial que dissimula a frivolidade do conteúdo de suas letras num emaranhado de arabescos e floreios musicais. No entanto, alguns autores concordam que, seu compasso é vivo e de espírito jovem. É um baile cheio de luz que proclama a alegria de viver.
Antônio Chacón é considerado como aquele que recriou e engrandeceu os Caracoles dando-lhes importância, fama e caráter flamenco.
Glossário:
Merche Esmeralda, Belén Maya e Rocio Molina
no espetáculo Mujeres com Pericón,
Castanholas, Mantón e Bata de Cola.
Milagros Mengibar com pericón,
castanholas e bata de cola
Concha Jareño por Caracoles
Pode-se dizer o surgimento do baile por Cantiñas delineou a necessidade do Flamenco ampliar seus movimentos abrindo uma quantidade de possibilidades expressivas que marcaram a trajetória do baile. Com este grupo surgiu a estilização espontânea de antigas formas de expressão corporal.
A incorporação de instrumentos (abanico, mantón, etc.) corresponde a uma etapa mais avançada na história do Flamenco e está associada a uma “invenção” cênica. A inclusão do instrumento no baile pode ser interpretada como prolongamento do corpo ou como objeto com o qual nos relacionamos em cena para nos expressar.
Abaixo das Cantiñas agrupam-se vários outros estilos que guardam entre si uma grande afinidade: as Alegrias, as Romeras, os Mirabrás e os Caracoles (objeto deste post).
Os Caracoles têm esse nome devido a um refrão no qual é mencionada a palavra Caracoles como exclamação.
Ay,
Como reluce
La gran calle de Alcalá
Cuando suben y bajan
Los andaluces
Vamonos, vamonos
Al café de La Union
Adonde paran Curro Cuchares,
El Tato y Juan Leon
Ay, eres bonita
El conocimiento
La pasion me quita
Te quiero yo
Ay, te quiero yo
mas que a la "mare"
Que me parió
Tu que vende castañas asáas
aguantando la nieve y el frío
con tu zapatos y tu medias calas
eres la reina para tu "mario"
"Regórdonas" que se acaban
Como mocita recien casada
Y tu las vende por um querer
Ay, Caracoles
Ay, Caracoles
Mocita que me ha dicho usté
Son tus ojos dos soles
Y vamos viviendo
Olé y olé
O cante consiste numa série de estrofes com versos de diferentes medidas. O compasso é exatamente igual aos das soleares, alegrias e bulerías.
É um baile flamenco mais próprio da mulher por apresentar um grande número de movimentos ondulatórios acompanhados por punteados leves que seguem a melodia cadenciosa do palo. É considerado cante superficial que dissimula a frivolidade do conteúdo de suas letras num emaranhado de arabescos e floreios musicais. No entanto, alguns autores concordam que, seu compasso é vivo e de espírito jovem. É um baile cheio de luz que proclama a alegria de viver.
Antônio Chacón é considerado como aquele que recriou e engrandeceu os Caracoles dando-lhes importância, fama e caráter flamenco.
Glossário:
- Cádiz: Capital da província andaluza de mesmo nome. Núcleo urbano da Bahía de Cádiz, terceiro núcleo populacional da Andalucia e um dos polos mais ativos economica e industrialmente de toda a Espanha.
- Gaditano: próprio de Cádiz.
- Cante: Conjunto de composições musicais em diferentes estilos que surgiram entre o último terço do séc. XVIII e a primeira metade do séc.XIX, devido a justaposição de modos musicais e foclóricos existentes na Andaluzia.
- Baile: É a dança propriamente dita. Apresenta um caráter vivo e encontra-se em constante evolução, mas suas características básicas cristalizaram-se entre 1869 e 1929, a chamada idade do ouro do flamenco.
- Abanico: Leque pequeno para adornar o baile.
- Mantón: Xale grande de seda com grandes franjas.
- Alegrias: Cante e baile flamencos, próprios de Cádiz, com compasso misto. É a mais importante representante do grupo das Cantiñas e sua influência é estendida a todo o grupo. O nome deste cante diz de seu universo temático: otimismo, graça e bom humor com abundantes referências geográficas que exaltam principalmente a Bahía de Cádiz. É considerado um dos estilos mais exigentes do Flamenco.
- Romeras: Cantiña muito própria para bailar devido ao seu ritmo ligado. Teve origem em meados do século XIX e engrandeceu os espetáculos dos Cafés Cantantes. Sua denominação parece derivar-se da menção repetida da expressão Romera em suas letras mais populares. Outra linha de opinião atribui o nome à personalidade de uma enigmática cantaora chamada La Romera que seria a própria criadora deste cante.
- Mirabrás: Cantiña gaditana com suposto nascimento em Sanlúcar de Barrameda.Seu nome deriva do verso de um refrão com que termina a principal de suas letras. A interpretação mais lógica para a expressão "mirabrás" é a corrupção fonética de "mira y verás".
- Calle de Alcalá: É uma das vias mais antigas de Madrid e, com certeza, a maior, extendendo-se por 10,5km. Seu surgimento foi espontâneo pois Madrid, na Idade moderna, não teve nenhum planejamento urbano. Seu traçado surge no início do século XV de um antigo caminho que nascia do limite ocidental de Madrid (a Puerta del Sol). A via atravessa muitos outros pontos emblemáticos de Madrid como, por exemplo, a Plaza de la Independencia onde encontra-se a Puerta de Alcalá e a Plaza de Cibeles onde encontra-se sua famosa Fuente de la Diosa.
- Curro Cuchares e El Tato: trabalharam nas arenas de touros e eram bons cantaores. Levaram o Caracoles à Madrid onde tornou-se bastante popular.
- Punteados: Técnica de dedilhado.
- Palo: Nome que recebe cada estilo de cante.
- Antônio Chacón: Um dos maiores cantaores de todos os tempos. Leia sobre Antônio Chacón no Flamenco-World.
Merche Esmeralda, Belén Maya e Rocio Molina
no espetáculo Mujeres com Pericón,
Castanholas, Mantón e Bata de Cola.
Milagros Mengibar com pericón,
castanholas e bata de cola
Concha Jareño por Caracoles
Caracoles com bata de cola
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