Manila, capital das Filipinas, deu o nome a um dos complementos com que a mulher sevillana e, por consequencia, sua escola de baile flamenco se sente mais identificada.
Dizem que, na época das colônias, grandes cargas de tabaco chegavam à Sevilla, vindas das Filipinas. Este tabaco era empacotado em grandes telas de seda que não eram comercializadas devido à baixa qualidade ou por apresentarem falhas. Estas telas não passavam de tecidos recortados de forma quadrada, ideal para proteger o tabaco pois lhe absorviam a umidade.
Em Sevilla, as mulheres que trabalhavam na fábrica de tabaco (onde esteve empregada a mítica Carmen) cortaram estas peças em 4 partes e adicionaram a elas franjas. Posteriormente, os “Mantones de Manila”, foram enriquecidos pela alta alta sociedade com bordados formosos de temas variados (no início os chineses eram os temas mais comuns). A delicadeza e o colorido dos bordados dos mantones cativou as sevillanas.
O mantón original teve os desenhos de dragões substituídos por flores e pássaros, adaptando-se ao gosto andaluz. Com o tempo foram criados diferentes estilos: tradicional, isabelino, de cigarreras, de pássaros, de rosas. Inclusive, Villamanrique de la Condesa (localizada na província sevillana) especializou-se na confecção destes mantones artesanais que são considerados marca registrada da região.
Atualmente, apesar de algumas empresas sevillanas serem especializadas em mantones e possuirem as mais diversas coleções de desenhos, alguns bordados são feitos na China.
Para conferir o mantón de Manila documentado na história do flamenco basta reparar em pinturas, fotografias ou vídeos de época. Bailaoras e cantaoras como La Macarrona, La Malena, La Argentina, Pastora Imperio, La Niña de los Peines aparecem envoltas em mantones ricamente bordados.
Dando continuidade à esta escola encontramos algumas bailaoras, como Milagros Mengíbar, Blanca del Rey, Maria Pagés e Belén Maya que dominam a técnica do mantón, enfatizam a importância deste adereço nas suas montagens coreograficas.
Referências de Vídeo:
Yerbabuena
La Negra, com mantón e bata de cola.
Natália Meiriño, Caña com Mantón
Fontes:
http://www.flamenco-world.com/
http://www.blogcoba.cl/